Randolfe diz ter levado soco de Bolsonaro no Rio; deputado nega

Parlamentares discutiram na entrada do prédio do antigo DOI-Codi.

Senador diz que Psol entrará com representação no Conselho de Ética.

Alba Valéria Mendonça
Do G1 Rio

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Comissão da Verdade e Justiça visita as antigas instalações do Doi-Codi, em quartel do Exército na Tijuca. Na foto, deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), que acabou entrando com a comissão, discute com o senador Randolf Rodrigues (Psol-AP). (Foto: Márcia Foletto/Agência O Globo)Deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) discute com o senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP) na entrada da Comissão da Verdade do Senado no prédio do antigo DOI-Codi (Foto: Márcia Foletto/Agência O Globo)
O senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP) diz ter sido agredido com um soco na barriga pelo deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) nesta segunda (23) pouco antes da visita de integrantes da Comissão da Verdade do Senado e do Rio de Janeiro ao prédio do antigo DOI-Codi, atual 1° Batalhão de Polícia do Exército, na Tijuca, na Zona Norte do Rio. Bolsonaro nega a agressão.
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  A confusão teve início quando Bolsnoraro, que não pertence a nenhuma comissão, quis se juntar ao grupo que fez a visita ao prédio e foi rechaçado pelo senador João Capiberibe (PSB-AP). Houve empurra-empurra e xingamentos. Na confusão, o senador Randolfe diz ter levado um soco de Bolsonaro.
"Ele claramente nos agrediu covardemente. Ele usou o mecanismo de entrada por baixo. É o procedimento dele, que todos conhecem. Mais uma vez a presença do Bolsonaro aqui era para tumultuar e impedir que a visita se concretizasse. Ele não acompanhou o roteiro da visita. Ele não cumpriu seu objetivo. O Bolsonaro é um Brasil que nós vamos virar a página", disse.
“Na entrada, eu e senador Capiberibe nos colocamos à frente e dissemos para o Bolsonaro que ele não podia entrar, e que não era bem-vindo. Ele disse: ‘Olha só quem quer me impedir de entrar no meu quartel!’. Falei: 'O senhor não integra esta comissão e não tem nada a ver com essa visita’. Ele me chamou de ‘moleque’, abaixou e deu um soco por baixo, no meu estômago. Depois do soco, eu empurrei ele, ele me empurrou e me chamou de ‘vagabundo’. Eu disse que o ‘cara de pau’ é ele, que não deveria estar lá”, disse Randolfe.
O senador afirmou que o Psol irá entrar com uma representação no Conselho de Ética contra o deputado. “Ele claramente atentou contra o decoro parlamentar, ao tentar impedir o trabalho de comissão parlamentar e agredir um parlamentar."
Depois da confusão, Bolsonaro acabou entrando no prédio. Ele contou que fez a visita ao local a uma distância dos membros da comissão. "Fiquei a uns dez metros de distância para não me misturar. Visitei o prédio todo e depois fui tomar um café na sala da Companhia de Motos. O Capiberibe colocou a mão no meu peito e não queria me deixar entrar. Houve uns empurrões, mas entrei mesmo assim. Para a infelicidade de vocês (jornalistas) não houve agressão, como vocês gostariam. O senador Randolfe gritou, me chamou de 'vagabundo' e outros elogios, por assim dizer, mas não houve agressão. A democracia que eles defendem é assim, não aceita o contraditório", disse Bolsonaro.
Ao G1, o deputado negou que tenha dado um soco no estômago de Randolfe. "Dei um empurrão nele por baixo, que estava me impedindo de entrar [no quartel]", disse. Segundo o parlamentar, que chegou antes da comitiva ao local, pela manhã, o comandante do quartel disse que todos os parlamentares poderiam fazer a visita.
O objetivo da visita desta segunda (23) é ser o ponto de partida para uma campanha que visa transformar o local num centro de memória, a exemplo do que foi feito no antigo Dops de São Paulo e em centros de tortura na Argentina, no Uruguai e no Chile
Pela manhã, manifestantes fizeram um protesto em frente ao quartel reivindicando a reabertura dos arquivos da época da ditadura militar e a punição para as pessoas que serviram ou trabalharam para o regime.
Colaboraram Felipe Néri e Renan Ramalho, do G1, em Brasília
Manifestantes fazem protesto em frente ao batalhão na Tijuca (Foto: Alba Valéria Mendonça / G1)Manifestantes protestam em frente ao batalhão na Tijuca (Foto: Alba Valéria Mendonça / G1)


 
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  • Max Lucio
    HÁ 7 ANOS
    Como alguém consegue apoiar uma DITADURA? Um governo que matou, torturou, perseguiu, censurou a imprensa. Um governo que jamais foi eleito pelo povo, jamais representou o povo. O mais engraçado é o Bolsonazi falando coisas sobre *direito ao contraditório*.. ora, que direito ao contraditório havia na ditadura militar? Voce podia protestar? Voce podia escrever alguma critica no seu jornal? Voce podia montar um partido e concorrer nas eleições? Voce podia ter um sindicato? Bom, acho que quem mais fere o direito ao contraditório é justamente ele e seu grupo de DITADORES.
    • Gustavo Paula
      HÁ 7 ANOS
      é Leonardo do foro ninguém fala nada.. PT aliado das FARC todos tapao os olhos
      • Marcos Pereira
        HÁ 7 ANOS
        Paulo Silva - Não adianta, o Max não sabe ler. Se conseguir um pouco não vai entender nada. Max é só "gado" da esquerda golpista e genocida.
      • Leoberto Dantas
        HÁ 7 ANOS
        Que comissão da verdade ridícula esta. Só acha que são os certos bandos de safados. Deveriam levar muita porrada mesmo.
        • Dario Neto
          HÁ 7 ANOS
          Quem defende ditadura,mesmo essa que tivemos-que não foi das mais violentas...-,ou tá brincando,ou sabe muito pouco do que se passou ou é um estúpido, mesmo!!! Pra começar, senhores, este pálido espaço que temos aqui no G1,nem em sonho vislumbraríamos, se estivéssemos sob aquele regime...E todos devem achar bom vir aqui e dizer todo tipo de baboseiras que lhe venha à cabeça!!!
          • Max Lucio
            HÁ 7 ANOS
            Luiz Santos, iamos a qualquer lugar menos às urnas escolher nossos representantes, né.
            • Rosivaldo Filho
              HÁ 7 ANOS
              Sou totalmente contra qualquer tipo de ditadura pela violência e pela falta de liberdades que o Estado impõe aos cidadãos. Agora, é engraçado ver manifestantes com camisa do símbolo da ex-URSS que exterminou milhares em nome de um Estado a ser montado sob uma ótica pseudo comunista. Repito, não defendo qualquer ditadura, seja ela de direita ou de esquerda!!

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