
Cerca de 50 pessoas estiveram no Cemitério de Ricardo de Albuquerque, na Zona Norte do Rio, na tarde desta segunda-feira, para prestar as últimas homenagens a Rayanne Lopes, de 10 anos. A menina foi baleada no peito e morta em uma chacina em Anchieta, na madrugada do último domingo. Na ocasião, quatro homens de fuzil desceram de um carro preto e dispararam contra os frequentadores da festa.
O pai da menina, Naum Henrique Silva Lopes, 35 anos, alvejado enquanto tentava protegê-la, participou do funeral e usava uma cadeira de rodas. De acordo com os relatos, ele foi baleado pelas costas e levou três tiros, dois na bacia e um na perna. O homem foi operado no Hospital Municipal Souza Aguiar e, segundo a Secretaria de Saúde, deixou a unidade por conta própria, sem receber alta médica, no fim da manhã desta segunda.
O velório teve início às 14h e a menina foi sepultada uma hora depois. Os familiares não quiseram dar declarações à imprensa. As pessoas usavam máscaras de prevenção contra o coronavírus.

Para os investigadores, o ataque contra o local da festa - na Rua Ernesto Vieira, que fica perto da Favela Az de Ouro -, foi motivado por uma disputa entre traficantes rivais. Segundo testemunhas informaram aos policiais, os atiradores saíram do Chapadão em direção ao local do crime num Fiat Siena preto.
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Além da criança, as outras vítimas são Yuri Lima Vieira e Yan Lucas Soares Gomes, ambos de 23 anos, Josué de Oliveira Xavier, de 20, que, segundo a Secretaria estadual de Saude, já chegaram mortos à unidade. Antônio Marcos Barcelos Pereira Júnior, de 22 anos, chegou a ser transferido para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, mas morreu na manhã de domingo. Os feridos foram transferidos para os hospitais municipais Salgado Filho, Lourenço Jorge, Pedro II, Souza Aguiar e Evandro Freire.